quarta-feira, 1 de abril de 2009

A PÁSCOA EM MOURAZ

Em Mouraz a Páscoa era celebrada, tal como actualmente, com a realização da missa na parte da manhã e a visita pascal da parte da tarde.
Na primeira metade do século passado, com a economia monetária ainda pouco desenvolvida, o folar concedido ao pároco durante a visita raramente era em dinheiro; muitos paroquianos ofereciam ovos, azeite, um animal de criação ou mesmo um pacote de açúcar»

In Mouraz História e Memórias, António F. Dias de Almeida

AS JANEIRAS EM MOURAZ


Nas noites do primeiro do ano e dos Reis, grupos de jovens iam de porta em porta cantar as janeiras, desejando as Boas Festas aos moradores, sendo no final recompensados com a “esmola”que podia ser vinho, bolos, castanhas, figos secos ou dinheiro. Nos anos cinquenta, a maioria das “esmolas” em dinheiro variava entre 1tostão (dez centavos) e 5 tostões, podendo mesmo chegar a 10 tostões (1escudo) nas casas mais ricas.

In Mouraz História e Memórias, António Fernando Dias de Almeida

A ANTIGA FILARMÓNICA DO COUÇO DE MOURAZ


(...) No mesmo sentido vão as palavras do Sr. Ernesto Dinis da Silva Borrego, residente no Couço, ex-autarca e pessoa muito participativa e conhecedora da vida da freguesia:
«Era tradição encontrarmo-nos no Largo que era o centro da povoação. Depois, lá vinha um cavalheiro com o seu harmónio, outro com um bandolim, outro com uma gaita de boca…a dança de roda era o nosso passatempo».
De facto, desde os tempos da antiga “Philarmonica do Cousso”, que na segunda metade do século XIX fora muito prestigiada e conhecida em toda a região, a música era um elemento marcante da vida social e cultural daquela povoação. A antiga banda do Couço, regida pelo Padre João Pereira da Silva, era muito solicitada a participar em festas, sobretudo em procissões religiosas. Na sessão de 13 de Julho de 1879 a Mesa da Irmandade de Nossa Senhora da Esperança deliberava contratar a filarmónica do Couço para a festa de 5 de Agosto:
«(…) ahí reunidos em sessão extraordinária o Juiz lhes propôs quem querião que se convidasse para pregar no dia da festa do dia cinco de Agosto próximo, assim como qual a Philarmonica que se havia de rogar para a mesma festa e se decidio fosse convidado o Padre João Pereira da Silva do Cousso para pregar e também a sua philarmonica para a festa».

In Mouraz História e Memórias, António Fernando Dias de Almeida

O ENTRUDO EM MOURAZ


O entrudo em Mouraz, Carvalhal, Couço, Adiça e Saldonas era um dia de folia em que um dos divertimentos mais frequentes, para além dos tradicionais disfarces, consistia em formar uma fila indiana e um púcaro de barro era sucessivamente arremessado de costas, da frente para trás, acabando mais cedo ou mais tarde por se despedaçar no chão. Também as unhas e as bexigas de porco, depois de secas, eram utilizadas para fazer jogos ou pregar partidas de entrudo.

In Mouraz História e Memórias, António Fernando Dias de Almeida